Título: Fugitivos
Autor: Carlos Barros
Editora: Giostri
Nº de paginas: 647
De onde vem a amizade? O que é necessário para se ter uma vida melhor?
Caio, um carioca de 15 anos, perdeu os pais em uma tragédia e foi morar com a avó em Belo Horizonte. Cheio de traumas, causados pelo incidente que vitimou sua família, ele não tem mais desejo de retomar sua vida. Fernanda, de 15 anos, protege seu irmão Jonas, de 11 anos, do temperamento violento do pai. Ela se apaixona por Caio, e este por ela. O sentimento que nutrem, será o catalizador de uma briga que colocará em risco a segurança dos dois. Gabriel, de 17 anos, e Bianca, sua irmã de 5 anos, perderam a mãe, por ela ser viciada e ter sofrido uma overdose, e o pai está preso. Ficam sob a tutela da Justiça e do irmão mais velho, de 20 anos, que apoia o pai em planos escusos para melhorarem de vida.
Em Fugitivos, acompanhamos o amor nascer entre Caio e Fernanda, e a força da amizade que surge entre os cinco jovens, de forma tão intensa, que o drama de cada um deixa de ser individual e passa a ser de todos. No momento em que suas histórias se misturam, eles precisam fugir para salvarem suas vidas. Nessa corrida emocionante, que atravessa os estados de Minas Gerais, Bahia, Alagoas e Pernambuco, mais de dois mil quilômetros, iremos descobrir seus sonhos, seus medos, suas tristezas e suas alegrias, tudo envolto por muito suspense, perigo, romance e reviravoltas surpreendentes.
De acordo com o dicionário: Amizade
s.f. 1 Afeto de amigo. 2. Apreço;
estima. 3. Dedicação. 4. Camaradagem; Coleguismo. E Amigo adj. 1. Que ama,
estima, gosta. 2. Caro; Prezado. 3. Apreciador; afeiçoado. Porém, apesar de
tantas palavras que definem corretamente as duas em questão, a palavra difícil
ou a expressão: afeto que vai além da lealdade, nunca são citados. Que, pra
mim, seria o que definiria melhor.
Apesar de muitos dizerem que conhecem a Amizade verdadeira, acho que
poucos saberiam identificar quem são aqueles que poderão chamar de Amigos, ou
melhor, de irmãos além do sangue.
“Fugitivos” traz para o seu leitor a realidade de uma amizade
verdadeira, onde cinco crianças/ adolescentes enfrentam situações, que só os
verdadeiros têm “pulso” para enfrentar ao seu lado. Só aqueles que você pode
chamar de “irmãos”, largariam seu próprio universo para viver o seu naquele
exato momento.
Minha mãe, desde pequena, sempre dizia que amigos de verdade poderiam
se contar nos dedos de uma mão, e que às vezes nem conseguiríamos enchê-la.
Nunca coloquei atenção nisso, até que vi pessoas passarem e sumirem da minha
vida, pessoas que quebraram minha confiança sem ao menos cogitar se aquilo me
afetaria ou não. Com isso, cresci sem conhecer o que é realmente a amizade, até
que conheci certas pessoas que eu sei classificar o que significam pra mim.
O livro traz a história de Caio, Fernanda, Jonas, Gabriel e Bianca.
Cinco guerreiros da vida real. Caio, com seus 15 anos, enfrenta a dura
realidade de viver sem os pais em uma cidade nova, onde sua única referência é
sua avó, com quem nunca teve tanto contato direto. Fernanda e Jonas, de 15 e 11
anos, respectivamente, enfrentam em casa os maiores pesadelos que uma criança/
adolescente pode viver. Onde deveria ser o porto seguro de qualquer pessoa,
para eles é o centro dos seus medos. E por fim, mas não menos importante,
Gabriel e Bianca, 17 e 5 anos. Gabriel
teve que aprender cedo o que é ser responsável por alguém, tanto para se sentir
amado, quanto se sentir parte de uma família, e, por isso, perde a inocência de
ser uma criança e ter uma adolescência. Bianca veio ao mundo desejada e amada
por sua mãe, como um presente para o recomeço de uma vida, entretanto nem a sua
inocência e carisma conseguiram assegurar que tudo voltasse a ser como era
antes do seu nascimento.
Com um enredo muito detalhado e descritivo, “Fugitivos” leva o leitor
a querer e desejar cada página, a mexer com cada emoção e sentimento de quem o
lê. Faz querer saber, melhor dizendo, ir atrás daqueles cinco personagens e
saber, diretamente deles, como foi viver tudo aquilo e ainda serem felizes um
ao lado do outro.
Apesar dos traumas e dificuldades que muitos teriam, eles encontraram
uns nos outros a família que tanto desejaram e sonharam. A vida lhes deu uma
segunda chance de conhecerem o que é ter um porto seguro, um amor incondicional,
que só uma família pode lhe proporcionar.
Não posso deixar de citar que “fugitivos” tem um enredo muito forte,
com a retratação da realidade muito bem colocada e explicada. Onde nenhuma “linha
não tenha seu nó dado e selado”. Que apesar de ser um livro narrado em terceira
pessoa, não deixa a desejar em sabermos o que cada personagem pensa e sente em
cada situação. E nem como agiria se os papeis se invertessem.
Quando comecei a ler e vi a historia de Caio, fiquei na duvida se o
autor conseguiria mesmo levá-lo junto dos outros personagens na fuga sem deixar
que ficasse uma pequena frustação ao leitor, pois o amor dele pela avó, apesar
de não serem tão próximos, é incondicional e de uma gratidão eterna. Mas o
autor me surpreendeu com a reviravolta e o entrelaçamento das histórias dos
personagens, e, pra mim, foi um dos pontos altos do livro. Como já havia dito,
é tudo muito bem colocado, como a riqueza em detalhes e descrições, onde faz a
imaginação do leitor fluir e agir por conta própria. Não há devaneios e nem
momentos de tédio, ainda que o livro tenha 647 páginas, o leitor não tem a
oportunidade de ficar disperso, porque cada capítulo é um turbilhão de
acontecimentos.
O livro é dividido em duas parte. A primeira, onde conhecemos a vida
de cada um dos personagens, seus medos, traumas e até seus desejos mais
profundos. Onde conhecemos os prováveis vilões, o romance de Caio e Fernanda e
como cada um chega ao seu limite para querer uma vida nova. É onde também vemos
o crescer e o amadurecimento de cada um deles e como a amizade começa a ser
palpável. É em seus capítulos que vemos as brigas e confrontos mais
inebriantes. Onde um “amigo” de um de nossos guerreiros se mostra ser o que
muitos de nós conhecemos a cada dia de nossas vidas. Já na segunda parte, temos a fuga dos cinco,
como começam a enfrentar a realidade sem o peso e dificuldades que tanto enfrentavam
em suas vidas anteriores. Vemos, realmente, uma família se formar, não pelo
laço de sangue, mas pelos laços do amor e da lealdade de uma amizade. Em alguns
capítulos da segunda parte, vemos nossos cinco guerreiros serem realmente o que
deveriam ser nas suas respectivas idades, mas também é nelas que vemos a
maturidade que foram forçados a ter.
Tentei de várias formar escrever
sobre o final, entretanto ainda não sei me expressar para falar de algo tão
surpreendente e forte. É um final que deixará, com toda a certeza, muitos de
“boca aberta”. Nos últimos dois capítulos, senti-me angustiada, receosa,
irritada, chorosa, triste, mas a emoção que prevaleceu, foi a alegria depois
que li as ultimas palavras, a sensação de que agora aqueles cinco guerreiros
estão em paz.
“Fugitivos” é um livro que
recomendo a qualquer leitor, independente do seu gosto literário. É um livro de
muita reflexão e de entendimento do que a vida pode ser e como o seu caráter é
essencial. Que família não é só aquela que é dada ao nascer, e sim, também,
aquela à sua escolha. Que apesar das dificuldades, você pode, sim, conhecer
alguém que será sua pilastra de sustentação. Será difícil? Talvez. Porém, acima
de qualquer coisa, basta você saber identificar quem são seus verdadeiros e
leais amigos.
Parabéns pela resenha Bella! Ansiosa para ler o livro do Carl <3
ResponderExcluirAmanda, obg !!!
Excluirstou ansiosa para saber sua opinião sore Fugitivos. Carl teve o dom de escreve-lo.
beijos
Bella,
ResponderExcluirAdorei a sua Entrevista.
Você escreve muito bem; tem conteúdo, clareza e ritmo!
Fiquei muito feliz com o seu trabalho!
Parabéns!
Oiii Andreas!!!
ExcluirObrigada. É tão bom ler esses comentários. Fico Muito Feliz.
bjs