1 de maio de 2015

Resenha - Maze Runner, Correr ou Morrer


Título: Maze Runner, Correr ou Morrer
Autor: James Dashner
Editora: V&R
Páginas: 426


Uma das coisas que me conquista em um livro é quando consigo me identificar, ou me importar de verdade, com os personagens. Em Maze Runner isso foi fácil para mim, uma vez que sabia quase o mesmo que o personagem principal, Thomas, sobre o que estava acontecendo. Na verdade, eu sabia até um pouco mais que ele, afinal li a sinopse! ;>)

Assim que Thomas sai do elevador, ele sente que precisa correr contra o tempo para obter respostas às perguntas que são jogadas na sua face a uma velocidade absurda.

Trolho! Plong! Mértila! Que é isso? Clareira? É aqui! Paredes gigantes? Labirinto! Reunir Conclave! Trazidos pelos Criadores? Perigo! Verdugos? Veneno! Protegidos de noite pelas paredes fechadas! Corredores! Memórias perdidas! Mapas! Picadas trazem lembranças? Primeira garota? Tudo vai mudar! Dia escurece! Sol desaparece! Portas não se fecham! Perigo! Verdugos! Corre, corre, corre!

É mais ou menos nesse ritmo que as coisas acontecem. Não há muito tempo para respirar entre um capítulo e outro.

“Thomas sabia que não tinha escolha. Ele se moveu. Para a frente. Esgueirando-se por entre os pinos de encaixe no último segundo, entrou no Labirinto. Os muros fecharam-se com um estrondo atrás dele, o eco do seu bramido percorrendo a pedra recoberta de hera como uma risada maligna.”

Apesar de o livro seguir uma linha frenética de ação, consegue construir satisfatoriamente um conteúdo emocional para os personagens principais: Thomas, Chuck, Alby, Newt, Teresa, Minho e Gally, nessa sequência de importância.

Thomas, ao contrário de todos os outros, sente que já esteve naquele lugar e sabe o que precisa fazer: entrar no Labirinto e descobrir uma saída. Ele é impetuoso, corajoso, rebelde, impaciente. E todos enxergam isso nele. Sabem, de imediato, que ele é diferente e que vai fazer algo para mudar a situação em que estão. O que não quer dizer que todos gostam disso. Sempre existe a turminha do contra, né?

Chuck é o mais novo da Clareira. É fofo, carinhoso, simpático, carente e ganha rapidamente a confiança de Thomas e o coração do leitor. É a parte ofensiva e desnecessária do livro. É um dos poucos pontos que me incomodou. Explico mais para a frente.

Alby e Newt se completam como líderes. Alby é duro, firme. Foi o primeiro a chegar. Criou e segue as regras da Clareira. Ele é o mentor de todos e sabe que precisa ser assim para manter o grupo coeso. Newt é sua consciência, seu limite para quando é necessário frear sua intransigência e abrir mão de alguma coisa. É legal ver como isso funciona bem na história.

Teresa... não sei bem... vou falar de Minho e Gally primeiro. Minho é o Corredor que, depois de Chuck, enxerga em Thomas a salvação de todos. Ele é o amigo fiel que vai ficar ao lado de Thomas em qualquer circunstância. É sua muleta de apoio quando ele tem que enfrentar a oposição dentro da Clareira. E Gally é o vilão. É o líder da oposição a tudo o que é novo e ameaça seu estilo de vida dentro da Clareira. Gally já foi picado e recebeu lampejos das memórias do que existia antes de entrar na Clareira. Ele sente que odeia Thomas, só não sabe bem o motivo e nem como ele é uma ameaça à sua segurança.

Ou então é apenas invejoso, mesmo! :P

“As mãos que o puxaram só pararam de se agitar ao seu redor quando Thomas se levantou e sacudiu a poeira da camisa e da calça. Ainda atordoado pela claridade, hesitou um pouco. (...) Enquanto dava uma volta em torno de si mesmo, os outros garotos riam dele e o encaravam; (...) De repente, Thomas sentiu-se atordoado, os olhos indo e voltando dos garotos para aquele lugar bizarro em que se encontrava.”

Voltando para Teresa... o autor chega a ensaiar, ou insinuar, um romance entre ela e Thomas, que nunca se concretiza. Essa tentativa é feita em duas ou três frases, quando eles se tocam ou trocam olhares, mas é narrado de forma tão fria que não convence. Ou seja, não há romance, e essas pequenas tentativas destoam de todo o resto. Ficou estranho. 

E chego a Chuck. O que dizer de Chuck? Bem, ele tem uma função clara, muito clara: emocionar. E James Dashner faz isso de forma direta. Assim que Thomas tem uma determinada conversa com Chuck, antes mesmo do meio do livro, e o que Chuck pede a Thomas, é atirado na nossa cara qual o destino de Chuck. Achei forçado. Podia ser feito de maneira mais sutil e emocionante, mas não estraga a história. Podem sossegar! ;>)

Algumas das perguntas serão respondidas neste livro. Outras, não. Como existem mais dois livros, fora outros dois que contam o que aconteceu antes da Clareira e do Labirinto, acredito que todas serão respondias. Pelo menos, espero que sim! \o/

Por: Carlos Barros


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