4 de maio de 2015

Resenha - Eleanor & Park

Título: Eleanor & Park
Autor: Rainbow Rowell
Gênero: Ficção; Literatura estrangeira
Páginas: 328
Editora: Novo Seculo

Eleanor é a nova garota na cidade, e ela nunca se sentiu mais sozinha. Todas as roupas estranhas, cabelo ruivo caótico, e uma vida familiar cheia de problemas, ela não poderia ficar mais de fora nem se tentasse. Então ela senta no ônibus ao lado de Park. Calmo, cuidadoso e - aos olhos de Eleanor - impossivelmente legal, Park acredita que ficar fora do caminho é o melhor jeito de sobreviver ao colegial. Devagar e instantaneamente, através das conversas tarde da noite e uma grande pilha de fitas, Eleanor e Park se apaixonam. Eles se apaixonam do jeito que sempre é a primeira vez, quando se tem 16 anos, e não há nada e tudo a perder. Ambientado no ano escolar de 1986, Eleanor & Park é engraçado, triste, chocante e verdadeiro, uma viagem nostálgica para quem nunca esqueceu seu primeiro amor.  


Eleanor se acha gorda, feia, sem atributos para chamar a atenção de algum garoto e sofre bullyng na escola. As roupas que usa refletem seu estado de espírito. Sua vida em casa é complicada, sempre sobre as ameaças do padrasto bêbado e tendo que presenciar a violência dele com sua mãe. 
Park é descendente de coreanos, é bonito, adora quadrinhos e vive com seus fones ouvindo música. Sua família é estruturada, e ele recebe o carinho e a atenção que resulta disso. São dois jovens de 16 anos completamente diferentes. 


Quando Eleanor entra pela primeira vez no ônibus escolar, o único assento disponível é o de Park. Ele, da mesma forma que todos os outros alunos, ignora Eleanor. Mas Park, ao ler um de seus gibis durante a viagem até a escola, percebe que Eleanor acompanha sua leitura. E essa pequena divisão de interesses, acende aquela chama que faz nossos corações baterem mais forte. Park passa a folhear os gibis mais lentamente, para dar tempo de Eleanor acompanhar. Sempre em silêncio. Mas com o passar dos dias, o silêncio é cortado pela música e pelas palavras trocadas timidamente. 

O romance de Eleanor e Park é puro, sincero, sem aquele interesse que surge pela aparência física. Eles se apaixonam pelo que são e não pelo que parecem. Eles dão valor a um toque de mãos, a um olhar escondido, a ficar um ao lado do outro lendo ou ouvindo música sem a cobrança de terem que conversar. Esse é um ponto que diferencia a obra de Rainbow de tantas outras que tratam do amor entre adolescentes. Os dois se aproximam pelas partes que se completam e não pelas que faltam sem darem qualquer importância à aparência. 

Enquanto acompanhamos o romance entre os dois, os problemas na escola pela aceitação do namoro, a discriminação e a aceitação pela aparência e pela forma de se vestir, também acompanhamos o drama da família de Eleanor. Aos poucos, percebemos que a situação caminha para um desfecho dramático. Mas, quando chegamos a ele, acontece a única decepção da obra: sua conclusão. Ao invés de dar continuidade ao forte vínculo entre Eleanor e Park, o autor preferiu partir para uma decisão que não condiz o que os dois demonstraram procurar durante toda a história. 

Fica a sensação forçada de que o que acontece é proposital para deixar o coração do leitor machucado, como se isso fosse necessário para tornar o final marcante.

0 Comments:

Postar um comentário