27 de junho de 2017

Resenha - Memória de minhas putas tristes


Titulo: Memória de minhas putas tristes
Autora: Gabriel García Márquez
Editora: Record
Nº de paginas: 132

Memória de minhas putas tristes desfia as lembranças de vida desse inesquecível e solitário personagem em mais um vigoroso livro de Gabriel García Márquez. O leitor irá acompanhar as aventuras sexuais deste senhor, narrador dessas memórias, que vai viver cerca de cem anos de solidão embotado e embrutecido, escrevendo crônicas e resenhas maçantes para um jornal provinciano, dando aulas de gramática para alunos tão sem horizontes quanto ele, e, acima de tudo, perambulando de bordel em bordel, dormindo com mulheres descartáveis, até chegar, enfim, a esta inesperada e surpreendente história de amor.


Olá queridos leitores!!!
Finalmente li uma obra do tão famoso autor colombiano Gabriel García Márquez!
Já tinha ouvido falar tanto de seus livros que estava morrendo de curiosidade.
Não comecei pelos livros mais famosos como “Cem anos de solidão” ou “O amor nos tempos do cólera”... comecei por “Memória de minhas putas tristes” que foi uma leitura conjunta do nosso clube de leitura aqui de Campo Mourão.
Gostei muito da obra, mas confesso que inicialmente estava esperando um pouco mais de ação, grandes tramas e reviravoltas... afinal esse livro foi ganhador de um Prêmio Nobel de Literatura... UAUUUUUUUU!!!
Mas calma!!! Não quero dizer que não foi uma leitura maravilhosa... foi sim... mas de uma maneira diferente, foi me envolvendo aos poucos e quando percebi já tinha me tirado da zona de conforto e me feito refletir a respeito de várias coisas... como velhice, solidão, orgulho, luxúria, felicidade e é claro sobre o angustiante e inexplicável amor...

O livro começa assim...
“No ano de meus noventa anos quis me dar de presente uma noite de amor louco com uma adolescente virgem.” 

Sentiram o drama???? Kkkkkkkkkk... talvez não um drama, mas no mínimo um presentinho bem exótico não?!
O autor trata o assunto com tamanha naturalidade que por diversas vezes esquecemos que se trata de um “romance” entre indivíduos de idades tão distintas. O protagonista (que não possui seu nome revelado) é uma personagem complexa e deveras intrigante.
Na tentativa de analisá-lo me lembrei por diversas vezes da personagem Capitu da obra “Dom Casmurro” de Machado de Assis, e das inquietações que ela me proporcionara.
Aos poucos vamos conhecendo esse senhor e suas peripécias sexuais... ou seriam amorosas??? Esta é uma grande questão a ser levantada... diante de tantas relações no decorrer de sua vida, será que algum dia esse homem realmente amou ou foi amado??? Será que só agora no auge de seus noventa anos ele se permitirá a conhecer ou reconhecerá o que é o verdadeiro amor??? Mas o que é o verdadeiro amor??? Perguntas difíceis meus caros... muito difíceis...

“Havia achado, sempre, que morrer de amor não era outra coisa além de uma licença poética. Naquela tarde, de regresso para casa outra vez, sem o gato e sem ela, comprovei que não apenas era possível, mas que eu mesmo, velho e sem ninguém, estava morrendo de amor. E também percebi que era válida a verdade contrária: não trocaria por nada neste mundo as delícias do meu desassossego.

Tenho impressão que essa personagem amou em primeiro lugar sua liberdade e isso justificaria as suas escolhas, porém sempre temos que lembrar... dependendo do caminho que tomamos sempre ganhamos e perdemos algo... sempre existirão consequências...
O senhor retratado no livro é um jornalista e apesar de não ter vivenciado relacionamentos profundos, ao conhecer a jovem menina, pela primeira vez se entrega a uma experiência inesperada e começa a contagiar seus leitores com esse sentimento tão profundo... mas até onde isso tudo é real? Não seria imaginação sua... ou da nossa cabeça?
Não posso revelar muitos detalhes se não acabaria estragando o clima, mas o que posso dizer sem sombra de dúvida é que essa história não é nenhum pouco clichê... ela faz a nossa cabeça dar voltas e mais voltas...
Agora vamos a pergunta que não quer calar...
Será que quando estiver próxima dos meus noventa anos (quero muito chegar até lá rsrsrsrsrs) sentirei orgulho da minha história e das decisões tomadas? Olharei para trás com carinho e saudades?

Gostaria muito de poder dizer... nem sempre foi fácil meus amigos... mas com certeza viveria tudo outra vez...

Beijos literários



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