Autora: Cecília Meireles
Editora: L&PM Pocket
Nº de paginas: 192
Este volume reúne 157 poemas de Cecília Meireles (1901-1964), uma das grandes vozes da poesia em língua portuguesa de todos os tempos. "Motivo", "Retrato", "Epitáfio da navegadora", "Canção excêntrica", "Reinvenção", "Ou isto ou aquilo" – o leitor encontrará aqui estes e outros poemas inesquecíveis da mais lírica poeta do modernismo brasileiro, que cantou como ninguém a reinvenção da vida e a serenidade frente à passagem do tempo.
Hoje venho falar de uma das minhas poetisas preferidas... Cecília Meireles.
Mesmo que você não seja muito chegado a poesias, essa é uma autora que vale a pena conhecer devido a sua grande importância para a literatura.
Esses dias comentei que estava perdendo as esperanças na humanidade e após a leitura de algumas obras, que me puxam violentamente para a realidade nua e crua, fico ainda mais entristecida por perceber toda a crueldade e nojeira que está acontecendo a nossa volta.
As poesias da Cecília, mesmo com toda dor e nostalgia me trazem um fôlego de esperança... não sei explicar ao certo a razão disso... mas devem ser as palavras objetivas, francas e perfeitamente encaixadas em seus poemas.
É uma poesia de fácil compreensão em que o leitor vai junto com o poeta, acompanhando o eu lírico por todos os seus dramas e aventuras.
Essa obra reúne 157 poemas que Cecília escreveu ao longo da sua vida, não constando apenas os poemas narrativos.
Suas poesias são extremamente sensíveis e profundas, visto que a autora sofreu, desde muito jovem, com grandes perdas. Seu pai faleceu três meses antes do seu nascimento, e sua mãe um pouco antes de Cecília completar três anos de idade. Além disso, Cecília foi a única sobrevivente dos quatros irmãos.
Mesmo assim, a autora não se deixou levar pela amargura, e nos agracia com a ternura de suas palavras, a sinceridade de suas emoções e seu comportamento sereno em relação à morte.
“Morrer é uma coisa tão fácil
que todas as manhãs me admiro
de ter o sono conservado
fidelidade ao meu suspiro”
Cecília utiliza vários elementos da natureza em sua obra, porém o seu símbolo favorito definitivamente é o mar.que todas as manhãs me admiro
de ter o sono conservado
fidelidade ao meu suspiro”
Miséria
Além de escritora Cecília foi pintora, professora e jornalista. Uma super-mulher!
Essa edição de bolso é ideal para levar na mochila e poder dar aquela lida em qualquer momento do dia... Sabe aqueles momentos em que nossa alma clama por algo a mais, algo distante da superficialidade a que estamos acostumados a conviver... então, é nesse momento que a
Um dos meus poemas favoritos é "Motivo", porém como quase todo mundo já conhece vou colocar o trecho de outro que também gosto muito:
“Por mim, e por vós, e por mais aquilo
que está onde as outras coisas nunca estão,
deixo o mar bravo e o céu tranqüilo:
quero solidão.
Meu caminho é sem marcos nem paisagens.
E como o conheces ? - me perguntarão.
- Por não Ter palavras, por não ter imagens.
Nenhum inimigo e nenhum irmão.
Que procuras ? Tudo. Que desejas ? Nada.
Viajo sozinha com o meu coração.
Não ando perdida, mas desencontrada.
Levo o meu rumo na minha mão.
A memória voou da minha fronte.
Voou meu amor, minha imaginação...
Talvez eu morra antes do horizonte.
Memória, amor e o resto onde estarão?
Deixo aqui meu corpo, entre o sol e a terra.
(Beijo-te, corpo meu, todo desilusão!
Estandarte triste de uma estranha guerra ... )
Quero solidão. ”
Despedida
que está onde as outras coisas nunca estão,
deixo o mar bravo e o céu tranqüilo:
quero solidão.
Meu caminho é sem marcos nem paisagens.
E como o conheces ? - me perguntarão.
- Por não Ter palavras, por não ter imagens.
Nenhum inimigo e nenhum irmão.
Que procuras ? Tudo. Que desejas ? Nada.
Viajo sozinha com o meu coração.
Não ando perdida, mas desencontrada.
Levo o meu rumo na minha mão.
A memória voou da minha fronte.
Voou meu amor, minha imaginação...
Talvez eu morra antes do horizonte.
Memória, amor e o resto onde estarão?
Deixo aqui meu corpo, entre o sol e a terra.
(Beijo-te, corpo meu, todo desilusão!
Estandarte triste de uma estranha guerra ... )
Quero solidão. ”
Despedida
É difícil falar sobre poesia, pois as sensações variam de acordo com o leitor, sua experiência de vida e o momento pelo qual está passando.
Mas uma coisa é fato, a poesia é sentida e não explicada.
A poesia está em nosso interior e alguns poemas simplesmente fazem ela florescer dentro de nós... outros não.
Beijos literários
Oi, Pri! Eu não tenho o costume de ler poesias, normalmente me dedico mais à romances. No entanto, adoro algumas obras de Cecilia e outros grandes poetas brasileiros. A literatura brasileira é tão rica que, acredito eu, nunca conseguiremos absorver todo o conhecimento por trás de cada obra. Adorei a resenha. Beijos.
ResponderExcluirOi Sara
ExcluirPois é... eu também acabo dando preferência aos romances, mas sempre é bom dar uma variada né...kkkkkk então fico me policiando pra conseguir diversificar e absorver o máximo possível!
Mas não é fácil... tantas coisas pra ler, pra assistir né ;)
Bjosss