14 de novembro de 2015

Resenha - A Garota que Tinha Medo








Titulo: A Garota que Tinha Medo
Autor: Breno Melo
Editora: Chiado Editora
Nº de paginas: 280

Marina é uma jovem que faz tratamento para a síndrome do pânico. Às voltas com o ingresso na universidade, um novo romance e novas experiências, Marina tem seu primeiro ataque de pânico. Sua vida vira de cabeça para baixo no momento mais inapropriado possível e então psiquiatras e psicólogos entram em cena. Acompanhamos suas idas ao psiquiatra e ao psicólogo, o tratamento farmacológico e a psicoterapia. Ao mesmo tempo, conhecemos detalhes de sua vida amorosa e sexual, universitária e profissional, social e familiar na medida em que elas são marcadas pela síndrome. Um tema atual. Uma excelente obra tanto para o conhecimento do quadro clínico como entretenimento, narrada com maestria e de uma sensibilidade notável.


Antes de mais nada, quero agradecer ao Carlos e à Bella por me darem a oportunidade de ser colunista nesse blog. Sério, eu sou muito grata a vocês!

Agora vamos por partes.

O livro veio parar em minhas mãos quando o Breno Melo (autor da obra), enviou uma mensagem via Skoob, descrevendo a sinopse junto com a avaliação de psicólogas e blogueiras sobre a história. Achei interessante o tema escolhido e marquei o livro como ''Quero Ler''. Dias depois, recebi outra mensagem dele, perguntando se eu gostaria de um exemplar. Eu só teria de fazer uma resenha no próprio Skoob para ajudar na divulgação. Sem hesitar, respondi que sim e, passado um tempo, a encomenda chegou ao meu endereço :)

Tudo começa com a personagem principal, Marina, contando ao leitor sobre ser diagnosticada com síndrome do pânico há sete anos. Apesar de suas preocupações de passar no vestibular e com o namoro, que estava ficando sério antes de todo o pesadelo ter um começo, Marina vivia uma vida pacata. Nada que ultrapassasse o incomum. Mas ela deixou super claro, logo na primeira página, o seu perfeccionismo praticamente incurável. Acredito que boa parte dos problemas psíquicos da Marina são por causa de sua mãe, que desejava incontrolavelmente ver a filha na faculdade. E isso é sufocante.

Com o passar dos capítulos, Marina vai aprender das piores maneiras quem estará ao seu lado. É aquela velha história que a gente só vê quem realmente se importa conosco quando mais precisamos, sabe? A ingenuidade de Marina era tamanha, que ela ainda se importava com certas pessoas que a tratavam como lixo, o que a estava levando para o mau caminho.
                               
“Talvez agora eu fosse uma aberração aos olhos de qualquer um. Até mesmo aos olhos da pessoa mais piedosa. Quem teria pena de mim? Quem não fugiria?” 


Um ponto forte, em minha opinião, foi a personagem morar em Assunção, no Paraguai. Achei de uma criatividade bem legal.

Eu fico imaginando que o autor deve ter decorrido longas horas, acertando cada detalhe, para tudo ser o mais verdadeiro possível. O resultado foram personagens que são difíceis de acreditar serem fictícios.

Poucas coisas me incomodaram na história. A primeiro foi a palavra ''panicosa'' ter sido repetida várias e várias vezes e também partes do enredo, que mereciam ser mais detalhadas, mas que passaram logo. Enquanto outras que eram partes mais cansativas duraram longos parágrafos. O que irritou alguns leitores foi o esforço constante da Marina em tentar entender o que Deus queria lhe mostrar com todo o seu sofrimento. Porém, sinceramente, isso não me importuno nem um pouco.

De qualquer forma, esse livro me marcou. Adquiri certo carinho pela personagem. Torci por ela, quis secar as suas lágrimas. Além do mais, alguns preconceitos foram tirados de mim durante a leitura. Enfim, até hoje sinto saudade da Marina. Com certeza foi uma das melhores leituras de 2015. Agradeço ao Breno por me proporcionar essa experiência.



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