5 de novembro de 2015

Conversando com o Autor - Vanessa Brunt


Bom dia, Boa tarde e Boa Noite Leitores \o/

Estão todos bem ? Espero que sim ... (:

E ai meus lindos!? O que estão achando dos nossos bate papos com os talentos nacionais? 
Eu como sempre falo, amo conhecer os autores e saber como é a vida deles como leitores e como é o processo que os seus livros foram elaborado e as suas publicações. Além de tudo isso, fico surpreendida a cada obra nacional que conheço. É tão bom saber que a nossa literatura se iguala a estrangeira. O único problema que ainda temos é o preconceito com as nossa obras. 

O hoje trago pra vocês mais uma mega entrevista. A nossa convidada é autora do livro "Entre Chaves". Muito simpática e  muito atenciosa!!! O  bate papo é com a querida Vanessa Brunt. 

Espero que curtam a entrevista como eu curti ao lê-la. Sem mais delongas, vamos ao que interessa!!


Antes de começarmos com as perguntas, fale um pouco de você para os nossos leitores.

Existem alguns fatores que não foram embora de mim em nenhuma fase, que nunca decaíram, porque sei que fazem parte da minha essência. É utilizando deles, portanto, que consigo descrever alguns dos meus pontos cruciais: Sou, definitivamente, uma apaixonada por metáforas, por detalhes e por sentir. Alguns jornais e leitores passaram a falar que sou "A poetisa/escritora de todas as coisas", e admirei (caramba, demais!) a nomenclatura a ponto de aderi-la, porém com um acréscimo: escrevo aquilo que desperta algum grau de intensidade, que causa uma marca em mim à flor da pele, que precisei (e/ou preciso) digerir. E, ainda que esteja escrevendo alguma ficção, com certeza detalhes das minhas vivências transcritas nos meus textos e poesias, acabam escorregando para os meus cantos mais imaginativos também.

1. Quando descobriu que queria escrever? De onde surgiu a ideia de um Livro?
Pôr os meus sentimentos em palavras foi, desde os primórdios, a forma mais tranquilizante que encontrei para desabafar e reler a mim mesma, as pessoas e o mundo. Não posso definir a idade exata (e nem o quando) em que passei a transpor os meus pesares e glórias em letras, simplesmente porque foi uma necessidade natural, foi a terapia que descobri obtendo desde cedo. Acho que a caminhada maior foi a de desvendar os gêneros com os quais mais havia identificação para que eu escrevesse e, apesar de amar liberar meus sentimentos em diversos formatos escritos, sinto-me muito grata a minha própria estrada, por ter tido a clarividência de que nas poesias e nas crônicas que mais encontro a mim (apesar de amar demais escrever ficção, mas nesse caso é hobby, e meus escritos cotidianos são exigências e emergências do meu ser). Os meus primeiros livros não foram muito premeditados (foram coletâneas com outros autores, nas quais fui a autora principal. Sempre com poemas escritos antes de raciocinar lançar algo), eles surgiram pelo impulso da minha percepção de ter descoberto quantas pessoas estavam sendo acolhidas pelos meus escritos, quantos corações estavam sendo ajudados através da identificação e quantas mentes estavam refletindo junto comigo de uma maneira que eu nunca havia imaginado. Aceitei, na época, participar de coletâneas por conta dessa sensação de ter pessoas (meus leitores) compartilhando das mesmas teses que as minhas. Isso causou uma imensa vontade de alcançar o máximo de indivíduos que eu pudesse, e fui observando que lançar livros é uma das melhores maneiras de tornar isso algo mais real.

2. Qual a sensação de escrever?
Escrever é descobrir. Descobrir ainda mais quem sou, o que sinto, por que sinto, onde estou, por que estou, com quem estou, como pensam, por que pensam... Sei que parece uma sessão de abertura do Globo Repórter falando assim, mas juro, que as questões mais loucas que puder imaginar, antes mesmo que possa pensar em perguntar, são respondidas quando você tem algum hábito de reflexão, de releitura. E o meu, é a escrita, como sempre foi. Quando passo por algo negativo demais ou forte demais, sempre penso: “calma, você ainda vai escrever sobre isso. Então tenha forças para ir até o fim e entender cada resquício dessa história”. Não que eu só escreva em momentos tristes, porque nas vitórias sempre há o que reler também. Acho que a coisa mais mágica e de forte base que um ser humano pode encontrar é um motivo só seu para ir frente, algo que não depende de ninguém, algo que tem a ver com seus dons e riquezas intrínsecas. Sinto que compartilhar minhas verdades e indagações em palavras faz parte das minhas inevitabilidades e da minha melhor forma de fazer constatações, de entender. Mesmo quando estou escrevendo uma estória, algo fictício, porque, ainda assim, faço desabafos, crio o que gostaria de ver, de conhecer, de explicar sem ter ainda explicação.

3. Quanto tempo demorou a escrever seu primeiro Livro?
Para esta pergunta não vou levar em consideração as coletâneas mais antigas que lancei, certo? Mas sim o Entre Chaves, que foi o meu primeiro livro solo, mesclando poesias, frases e textos curtos. Bom, não dá para definir ao certo o tempo que demorei para escrevê-lo, já que ele foi um aglomerar de escritos antigos, compostos em diferentes épocas, e que, em sua maioria, nunca tinham sido mostrados sequer para amigos. É deste ponto, inclusive, que surge a base para o nome da obra, representando o que estava, literalmente, entre chaves nas minhas gavetas.

4. O que mais lhe chama a atenção em sua obra?
Uma das coisas que me deixa mais feliz em relação ao Entre Chaves, é ter lançado o meu primeiro livro solo repleto do que mais escrevo no meu dia a dia: Os meus sentimentos, indagações, observações e tudo o que mexeu comigo de alguma maneira acentuada. É a verdade o que mais amo. Admiro originalidades desde que me entendo por gente. Nunca gostava, quando criança, de receber cartinhas repletas de frases de efeito. Adorava quando lia algo do tipo: “Lembra daquele dia em que caímos e rimos juntos, e que seu cabelo ficou estranho?”. Às vezes as pessoas esquecem que ser original é apenas alcançar detalhes, que ainda que pareçam clichês, fazem parte da construção do que você gosta, quer e vive. Sem verdade, sem se colocar no que faz, tudo fica forçado, fica facilmente identificado como falso para quem tem sensibilidade aguçada. Ainda que em uma obra de ficção, o que mais procuro são fatores únicos, algo que mostre as raridades daquele autor, que mostre a cara dele implícita ali, e/ou que me traga alguma identificação. Então, o que mais gosto no Entre Chaves, é justamente ter escancarado um monte de mim para os meus leitores, sem dó. Ratificando que escrevo porque sou eu, não porque quero ser um papel de mim.

5. Como cria seus personagens? São inspirados em pessoas reais ou em fatos?
Então, como disse anteriormente, escrevo com base no que vivo ou vejo, fatos e fatores que causem uma sensação de intensidade tão forte, a ponto de entalar em mim e precisar sair correndo para o papel. Meus textos, poesias, frases... São todos voltados para a realidade que vejo e vivencio. Mas, obviamente, quando escrevo uma ficção, crio os personagens. Eles podem acabar tendo traços de alguém que conheço, assim como sempre terão pedaços de mim, porém são sempre mais imaginados do que “palpáveis”.

6. Nas suas obras, qual seria o seu personagem favorito? Por quê?
Ainda não lancei livros de ficção, apesar de ter contos e estórias em grande quantidade guardados nos arquivos do computador (uma dessas criações, inclusive, pode ser lançada em breve, só tento não falar muito disso agora, porque estou focada no lançamento do próximo livro, o Depois Daquilo). Então, posso dizer que o meu tipo de personagem favorito são as pessoas reais, porque elas que acabam dando base para todos os personagens e, são elas que deram, de forma direta, vidas para os escritos existentes em todas as minhas obras já lançadas (que são muito pessoais).

7. Quando escreve, você tem algum tipo ritual? Qual seria ele?
Meu ritual para os escritos, em geral, é a inspiração, é o sentir. Não forço para escrever o que preciso, porque, de tal forma, vira algo enfeitado, endurecido, fora da verdade, que é tudo o que jamais desejo para a minha escrita. Porém, quando estou com algo entalado por muito tempo, agoniada para escrever sobre, e sem conseguir, assim como quando estou em um processo de escrever algo criado, como uma ficção, o que costumo fazer é conversar com as pessoas próximas a mim sobre a estória (ou a história) que estou construindo (ou passando), porque vou criando (ou entendendo) ainda mais enquanto conto sobre, e as ideias fluem com a necessidade de acrescentar no papel.

8. Falando um pouco sobre os escritores antigos e atuais, qual sua opinião sobre eles?
Sou encantada por diversos escritores antigos, fico super lisonjeada quando, por exemplo, fazem comparações positivas entre mim e a Cecília Meireles. Admiro muitos poetas já falecidos, mas meus olhos também brilham por escritores atuais, principalmente cronistas e compositores. Cada época tem sua graça, sua profundidade, suas visões e sua verdade em geral. O que é maravilhoso, acima de tudo, é observar como tem temas e sinceridades que nunca morrem, e que são escritos de formas diferentes, encaixados em um novo contexto, mas com a mesma carne pulsante. Falar de todos os tópicos que o amor aborda, por exemplo, nunca fica chato, nunca deixa de ser necessário, porque novas formas de relacionamento surgem, mas os sentimentos sempre existem e precisam ser relidos, re-ditos, relembrados. Amo observar como diversos escritores atuais falam sobre temas batidos, os tornando, ainda assim, originais, pela forma, pelos detalhes da escrita.

9. Quais são seus livros, autores e personagens favoritos? Eles te influenciaram de alguma forma na sua vida como escritor?
Bom, irei citar um para cada tópico, porque, se não, posso dar espaço para uns, lembrar de outros depois, e ficar chateada comigo mesma (risos). Falando então sobre livros, adoro o Toda Poesia do Leminski. Sobre autores, sou louca pelo Augusto dos Anjos (Versos Íntimos é um dos meus poemas favoritos da vida). E sobre personagens, bom, atualmente não tenho nenhum de ficção em mente... Serve a própria Martha Medeiros em suas crônicas? Tudo o que leio que causa alguma reflexão aflorada (mais extensa), e/ou uma forte identificação, passa a ser refletido em detalhes de futuros escritos meus. Então, obviamente, o que leio, assim como o que vivo, influencia na minha vida, na minha visão de mundo (quando causa enlace com meu caráter) e, consequentemente, na minha escrita.

10. Em questão da publicação do Entre Chaves: O que foi mais difícil desde a obra pronta até o seu lançamento?
Poxa, quando o livro ficou com o miolo pronto, foi só alegria mesmo e, claro, ansiedade. Até em relação a diagramação do livro, foi tranquilo. Eu já sabia como queria a capa, como queria a maioria dos detalhes internos, como seriam as metáforas imagéticas para acompanhar a ideologia da obra, etc. E a editora estava aguardando a obra antes mesmo do meu envio. Difícil, de fato, foi durante o processo de aglomeração dos escritos, ou seja, a parte de selecionar quais daqueles poemas e pensamentos antigos iriam entrar para um livro novo. Sou péssima para escolher o que eu mesma escrevo. Sofro, por exemplo, com isso de postar frases, porque, geralmente, as minhas frases que circulam na internet são fragmentos de algum texto ou poesia que um leitor selecionou/recortou, e não sei escolher esse tipo de coisa, porque tudo para mim tem sua importância e valor. Então contei com a ajuda de amigos e familiares para selecionar a maioria dos escritos para o Entre Chaves

11. Já encontrou ou encontra dificuldades em publicar seus livros?
Acho que para qualquer autor atual que não é também um “extra”, como blogueiro, vlogueiro, ator, etc, o mercado é mais complicado. O mundo hoje é voltado para números e imagens, e quando se é um escritor e, apenas isto, ainda mais sendo ainda muito jovem, o processo para um reconhecimento firme é mais demorado. Temos muitos paradigmas péssimos na nossa sociedade que sonho em ajudar nas quebras. Idade nem sempre quer dizer maturidade e sensibilidade suficiente para passar lições, as pessoas parecem esquecer deste clichê. Já ouvi leitores dizerem que achavam que eu era uma autora já idosa, ou seja, não há tanto a busca pelas redes sociais e por essas formas mais ativas na rede quando o escritor é “apenas” um escritor. Então, fico aliviada por observar meus escritos e o meu nome circulando na web, em jornais, etc, acima e além dessas concepções, e por ter conseguido lançar meus primeiros livros com facilidade, estando agora perto de lançar a minha próxima obra, que irá, além do Brasil, para Portugal e outros países. Mas deixo claro para os autores que estão tentando lançar as suas obras, que façam dos seus jeitos, no seu tempo, sem ter que esperar tanto. Se não houver alguma editora disponível: lancem suas obras como e-books independentes, o que for, mas comecem, que o resto só vem para quem tem coragem de ir mais perto da linha. Quanto mais produto fizer, mais perto de novas realizações estará.

12. Qual Livro recomendaria aos seus Leitores?
Gente! O Depois Daquilo, meu próximo livro! É claro! Brincadeira (risos). Estou super animada para o lançamento dele, então entrando na vibe que ele traz, que é mais de crônicas, indico o Paixão Crônica, da Martha Medeiros.



Bom , para finalizarmos, deixe uma mensagem para os seus leitores?


Quero que vocês lembrem que todos os sentimentos existem para que possamos evoluir através deles, portanto, se algum pesar ou flor passa a nada mais de muito diferenciado ensinar, a andar em círculos, algo precisa ser modificado. E não tenham receio de sair das zonas de conforto, por favor! O conforto integral é ilusório, é, na verdade, desconfortável, incômodo. Passar o dia inteiro deitado na cama passa a deixar a cabeça mais zonza, a cansar mais do que a dar a sensação de repouso. Quero que lembrem que as maiores forças vêm das maiores fraquezas. Que ninguém precisa ter certeza de nada, a não ser de como quer ser bom, de quais os limites deseja colocar na própria vida para marcar outras vidas. Queiram pôr um caráter limpo acima dos impulsos e lembrem que assim a liberdade fica bem maior e bem mais bonita, porque as consequências não pesarão de forma dolorosa, porque você será mais inesquecível se for leal (os ruins causam nostalgias somente por pequenos pontos positivos, jamais pelo todo, jamais pelo grande, jamais por ser). Estamos aqui para aprender juntos. E eu só tenho a agradecer por saber que as minhas palavras são, na maioria das vezes, ecos das gargantas de vocês. Essa é a maior alegria que carrego, é o que dá sentido para compartilhar meus sentimentos escritos. Obrigada (dizer isto parece pouco, mas estou falando com toda a intensidade cabível em mim, porque vocês ajudam a minha razão a encontrar razão). E escrevam todos os dias, com a caneta da vida berrando um dos clichês mais sinceros: palavras representam, podem ter forças até irreparáveis, mas palavras são desenhos, são promessas. Atos são fotos e fatos, são provas. O que mais vale em um tribunal?


Quero agradecer a Vanessa Brunt pelo carinho e atenção que teve conosco. 

E você, que quer saber mais sobre a autora e seus livros, acessem http://www.semquases.com/ .
Para adquirir o seu exemplar do livro " Entre Chaves", encontrará disponível nas livrarias Saraiva e nas livrarias Cultura. 

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É isso ai galerinha, espero que tenham curtido. Semana que vem te mais - Conversando com o autor.

Quem será o próximo entrevistado? E o apresentador?

Ahhhh vão ter que esperar!!!

Beijos da Bella e ate a próxima.

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