18 de abril de 2017

Resenha - Senhor das Moscas



Titulo: Senhor das moscas
Autor: William Golding
Editora: Alfaguara
Nº de paginas: 224

Publicado originalmente em 1954, “Senhor das Moscas” é um dos romances essenciais da literatura mundial. Adaptado duas vezes para o cinema, traduzido para 35 idiomas, o clássico de William Golding — que já foi visto como uma alegoria, uma parábola, um tratado político e mesmo uma visão do apocalipse — vendeu, só em língua inglesa, mais de 25 milhões de exemplares. Durante a Segunda Guerra Mundial, um avião cai numa ilha deserta, e seus únicos sobreviventes são um grupo de meninos em idade escolar. Eles descobrem os encantos desse refúgio tropical e, liderados por Ralph, procuram se organizar enquanto esperam um possível resgate. Mas aos poucos — e por seus próprios desígnios — esses garotos aparentemente inocentes transformam a ilha numa visceral disputa pelo poder, e sua selvageria rasga a fina superfície da civilidade, que mantinham como uma lembrança remota da vida em sociedade. Ao narrar a história de meninos perdidos numa ilha paradisíaca, aos poucos se deixando levar pela barbárie, Golding constrói uma história eletrizante, ao mesmo tempo uma reflexão sobre a natureza do mal e a tênue linha entre o poder e a violência desmedida. A nova tradução para o português mostra como Senhor das Moscas mantém o mesmo impacto desde o seu lançamento: um clássico moderno; um livro que retrata de maneira inigualável as áreas de sombra e escuridão da essência do ser humano.


Oi oi oi!
Primeiramente gostaria de transmitir a minha felicidade a todos vocês...
Desde o ano passado resolvi fazer um rodízio entre obras contemporâneas e obras clássicas e essa decisão está me permitindo conhecer tantas obras maravilhosas! Estou cada vez mais apaixonada pelo mundo literário e todas as possibilidades que ele me oferece!

Hoje dia 18 de abril, dia Nacional do Livro Infantil, não trago um livro nacional, muito menos infantil... mas pelo menos envolve crianças... isso vale produção??? kkkkkkkkkkkk

Hoje irei falar sobre um livro selecionado em um dos Clubes de Leitura do qual eu faço parte aqui em Campo Mourão, o Clube “Livros e Risos” (adoro esse nome, tão fofo né?!).
Feliz escolha...

A obra “Senhor das Moscas” (Lord of the flies) trata-se de um clássico da literatura inglesa e foi escrito por William Golding em 1954. O escritor aborda em suas obras principalmente temas como a sobrevivência em situações pra lá de complicadas, onde se percebe a fragmentação da sociedade de acordo com seus interesses.

Na obra em questão, um grupo de garotos se perde em uma ilha após um desastre de avião e consequentemente necessitam se organizar para sobreviver as adversidades, até que o resgate chegue... isso SE ele chegar.

No início é tudo lindo, maravilhoso... imaginem só um grupo de crianças em uma ilha paradisíaca, e melhor ainda, sem nenhum adulto por perto! Ahhhhh... que sorte não é mesmo???!!!
Aos poucos o narrador vai nos apresentando de forma deliciosa a ilha e todos os seus atrativos. Coqueiros, diversas árvores frutíferas, a areia branca e o mar cristalino com o som relaxante de suas ondas...

Porém, aos poucos a necessidade de se colocar ordem nas coisas começa a complicar um pouco a situação. Começam a surgir algumas regras aqui, outras lá... e os meninos veem a necessidade de haver um chefe para colocar ordem na casa. Como bem sabemos, mesmo que o chefe tome decisões em favor do coletivo, nem sempre o mesmo é bem visto pelo todo e aí começam as tretas propriamente ditas.

“ Concordo com Ralph. A gente precisa de regras, e precisa obedecer as regras. Afinal, não somos selvagens. Somos ingleses; e os ingleses são os melhores do mundo em tudo. Por isso, a gente precisa fazer as coisas do jeito certo.”

Começamos a perceber que mesmo em um grupo “inocente” de crianças os interesses particulares e a violência começam a aflorar e a FOME de poder toma o lugar da paz que ainda reinava no grupo. Fiquei estarrecida diante de várias situações descritas na história e muitas vezes me peguei falando sozinha... NÃO ACREDITO... MEU DEUS... CARAMBA...

Fiquei muito contente em saber que o autor foi reconhecido profissionalmente ainda em vida, recebendo, além do Prêmio Nobel o Booker Prize de 1980.
Sinceramente... ele super mereceu ;)

O Senhor das Moscas teve duas adaptações para o cinema. A primeira, de 1963, é em preto-e-branco e foi dirigido por Peter Brook. A segunda versão, lançada em 1990, apesar de ser bem mais moderno não é tão fiel ao livro quanto a primeira.

Foi uma ótima escolha para se ler em grupo, pois o enredo dá muuuuito pano pra manga, tanto em relação a questões sociais, genéticas, ambientais e de educação.

Até onde a educação tem influência no caráter de uma pessoa? O opressor já nasce com essa gana pelo poder ou é influenciado pelo meio em que vive? Até onde vai a inocência de uma criança? O que faz com que algumas pessoas ajam de uma certa forma em grupo, completamente diferente de como agiria de forma individual? Como eu, Priscilla criança, agiria nessa situação?

Enfim... várias dúvidas morais, éticas, filosóficas e em relação a essência do mal...

Essas foram algumas das reflexões que tomaram conta da minha mente após ler esse livro. Um enredo inicialmente leve, mas que aos poucos vai nos despertando a sensação de impotência, fraqueza, isolamento e injustiça.

Reflexões que nos transformam e nos humanizam... e ainda tem gente que não consegue compreender a importância da Literatura... vai entender... vai entender...

Beijos literários


15 comentários :

  1. Oiii, Confesso que apesar de ser apaixonada pela leitura, não li muitos clássicos, achei bem legal essa sua idéia de fazer um rodízio, acho que vou aderir hahaha
    Eu sempre me imaginei nesse tipo de ilha kkkkkkkk
    o livro parece ser bem legal, ainda bem que tem adaptação pra ver depois...
    Adorei a resenha!! Beijos <3

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    1. Oi Jheines
      Então... a ideia do rodízio está dando super certo!
      Tb estou tentando variar nas formas de literatura sabe, romance, contos, histórias em quadrinhos, teatro e assim por diante... a gente acaba se surpreendendo com tamanha riqueza!
      Bjuuu

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  2. Minha primeira reação ao ler o título da tua resenha: Uaaaaaaaaaaaau!!
    Você é a segunda pessoa que vejo falando desse livro além de mim! Adorei a leitura. Muito reflexiva, apesar de ser bem impactante mesmo e se analisarmos o simbolismo de tudo, dá até um medo na hora de dormir...
    Enfim, achei muito legal sua iniciativa de ler livros clássicos e contemporâneos, vale muito a pena, viu! =)

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    1. Oi Andrea
      Que bom falar com alguém que já leu a obra! Realmente a história mexeu comigo e me fez pensar em diferentes questões, como por exemplo nas muitas vezes que tratamos as crianças como seres 100% puros e inocentes... acho que não é bem assim...rsrssrsrsrs
      As metáforas também me encantaram, foi de extrema inteligência por parte do autor ;)
      Bjuu

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  3. Oii! Eu já ouvi falar nesse livro. Mas não sabia sobre o que era, nunca li a sinopse nem nada. Depois da sua resenha fiquei curiosa pra ler, fiquei imaginando o que faria nessa situação, no lugar das crianças.
    Ótima resenha! Beijos!

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    1. Oi Carine
      Pois é... a gente começa a se imaginar na mesma situação, em como agiria, em como se sentiria e qual caminho escolheríamos. É muito tenso, mas são sensações assim que nos despertam as melhores reflexões ;)
      Bjuu

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  4. Oi Priscilla, tudo bem?

    Eu já ouvi muitas pessoas elogiando esse clássico, mas não fazia ideia do que se tratava, então saber que o livro tem relação com as emoções e ações humanas em construção já me deixa curiosa, pois adoro este tema e se bem desenvolvido, realmente pode alavancar discussões muito úteis. É impossível não nos colocarmos no lugar das crianças e não imaginar o que faríamos, deve ser estarrecedor. Dica anotada!

    Beijos!

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    1. Oi Alice
      Pois é... as discussões sobre o tema foram muitas e estão reverberando até hoje... mas é assim mesmo clássicos sempre serão clássicos ;)
      Bjus

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  5. Olá! Não conhecia a obra, mas achei a premissa muito interessante mesmo! Legal ele mostrar uma situação de sobrevivência com crianças, mostrando o amadurecimento deles associada a necessidade de sobrevivência dos mesmos. Tenho certeza que vou gostar da leitura, dica anotada, beijos!

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    1. Oi Su
      O tema é bem interessante mesmo e depois que você começa a ler percebe as simbologias que rondam o texto e consegue associar muita coisa com a formação da nossa própria sociedade e como ela funciona atualmente.
      Espero que consiga ler! Bjuuu

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  6. Olá!

    Confesso que ao me deparar com o título pensei: Que de bom pode ter nisso? rs.
    Porém, ao ler a sua resenha, lembrei que julgar livro pela capa não rola. XD
    A premissa me deixou com vontade de me aventurar, dica anotada!

    Beijo!

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    1. Oi Ana
      Nos dias de hoje, com tantas capas lindíssimas, acabamos julgando o livro um pouquinho pela capa sim, mas temos que tomar cuidado, pois nem sempre um livro com uma capa simples terá uma história simples e vice-versa.
      Bjuuuuu

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  7. Olá Priscila, tudo bem??
    Não conhecia o livro, mas pelos prêmio dá para perceber que o autor escreve bem né... não sei se leria o livro, porque foge demais de minha zona de conforto, mas fico feliz por você ter lido e ter curtido todo o enredo. Xero!

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  8. Olá!

    Já tinha visto esse livro na mídia, mas não fazia a mínima ideia do que se tratava... sabe que, mesmo saindo da minha zona de conforto, eu gostei dessa premissa? É aquele tipo de livro que deve ser lido de qualquer jeito! Adorei sua dica e já anotei o nome para que eu possa ler assim que puder!

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  9. Olá!
    Há bastante tempo, li vários elogios para essa obra e tenho vontade de ler desde então, mas, não tinha dado andamento pelo simples fato de não ter tido oportunidade. Eis que ler sua resenha e me deparar com "Reflexões que nos transformam e nos humanizam..." fez toda aquela vontade de ler voltar com força total.
    Desconhecia as adaptações cinematográficas, mas isso acrescentou mais pra mim!
    Dica anotada, sem dúvidas.
    Beijos

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