9 de janeiro de 2016

Resenha - Como Dizer Adeus em Robô






Titulo: Como Dizer Adeus em Robô
Autora: Natalie Standiford
Editora: Galera Record
Nº de paginas: 344

Bea não te coração. Ela é feita de lata. Pelo menos é o que sua mãe pensa. Na verdade, ela é muito, muito sensível. Uma garota Robô que protege um coração de ouro. Prestes a ser flechado por Cupido. Mas esqueça as asinhas e o arco e flecha. Nada de anjinhos rechonchudos... para Bea, o Cupido é o alfabeto. É ele que conspira para sentá-la ao lado de Jonah, também conhecido como Garoto Fantasma. Observador silencioso, Ele não faz um amigo novo desde a terceira série. Não é um grande fã das pessoas em geral... Mas está disposto a abrir um exceção para Bea. Talvez. Aos poucos, eles criam uma ligação singular. Nada de amizade comum para esses dois, em que tudo se baseia em fofocas e festas e o que todos acham. Não. Bea e Jonah não são como os outros... muito animados, muito simpáticos. Muito medíocres. Em vez disso, sua amizade vem de conversas comprometidas com a verdade, segredos partilhados, jogadas ousadas e telefonemas furtivos para o mesmo programa noturno de rádio, fértil em teorias de conspiração. Eles ajudam um ao outro. E magoam um ao outro. Se rejeitam e se aproximam. Não é romance, exatamente - mas é definitivamente amor. E significa mais para eles do que qualquer um dos dois consegue compreender... 

Estava muito ansiosa para ler este livro. Vi muitas críticas positivas quanto a ele. Fiquei apreensiva em ir com muita sede ao pote e terminar me decepcionando como aconteceu com ''A Estrada da Noite''. Mas isso felizmente não aconteceu!

Beatrice Szabo está se mudando novamente para outra cidade por causa da profissão do pai, que é professor universitário e gosta de mudar a cada pouco tempo. Em breve ela terminará o ensino médio e, quem sabe, começar a faculdade no ano seguinte. Tudo se desenrolaria como nas outras escolas se não fosse Jonah Tate. Um garoto da mesma idade dela que há muito tempo vem sendo chamado de ''Garoto Fantasma'' pelos colegas depois de um acidente de carro com a mãe e o irmão gêmeo, onde apenas Jonah sobreviveu. Ele vive com o pai, entretanto depois da perda devastadora na família, a convivência entre pai e filho são de poucas palavras trocadas. Já Bea tem que viver com o jeito confuso que sua mãe vem tendo nos últimos meses e com o pai que aparenta estar focado unicamente no trabalho.

Desde o primeiro dia de aula, Bea nota que Jonah é diferente. De uma maneira boa. Ele é um menino calado que parece não se importar com as tentativas de aproximação de Bea. Até que um dia um avião de papel voa até ela com dicas para ouvir um programa de rádio. Naquela mesma noite ela sintoniza a estação na hora indicada. O programa chama-se ''Night Light'' e recebe telefonemas de vários ouvintes fiéis contando sobre suas amarguras, viagens ao futuro, teorias de conspirações, entre outros. E qual não é sua surpresa ao perceber que Jonah é um desses ouvintes?

A partir daí o diálogo entre os dois vai ficando cada vez mais frequente e cria-se uma amizade pura e, acima de tudo, verdadeira. Eu ansiava para o Night Light começar. As pessoas que ligavam tinham uma sintonia tão boa que fazia você sentir-se parte do bate-papo que rolava entre eles. Destaques para Myrna e Kreplax que tinham as melhores respostas para tudo.

Então, um dia Jonah recebe um telefonema que irá mudar tudo o que ele pensava ser verdade há muitos, muitos anos. Ele pede para Bea ajudá-lo nessa revelação que não havia sido descoberta totalmente. Não resta nenhuma outra opção a não ser ajudar o amigo e eles embarcam em algo que irá deixar a aproximação entre os dois muito mais sólida e transformar suas vidas para sempre.

“A respiração de Jonah veio rápida e superficial. Estiquei o braço para pegar sua mão. Ele virou o rosto para mim, os olhos arregalados de pânico. Dois lagos congelados. Um garoto gritava e esmurrava na superfície, preso dentro do gelo. Em pânico. Tentando atravessar. Mas os gritos sumiram, os punhos chicotearam e ele escorregou para longe na escuridão. O menino havia sumido. Não restou nada além de gelo, transparente e liso o suficiente para se patinar.

A relação de Jonah e Bea me lembrou a que vivi com um amigo. Os diálogos entre ele e eu apenas aconteciam. Sem cobranças, sem nenhum medo em escolher as palavras a serem ditas. Apenas sorrisos, confissões e sinceridade um com o outro.

“Eu sentia como se fosse possível abrir uma porta no meu peito oco de metal - só abri-la, facilmente - e, ver meu coração latejando, cru e sangrento e dolorido. Você até podia esticar a mão e apertá-lo se quisesse. Eu não queria ninguém chegando perto o bastante para abrir aquela porta e ver aquela bagunça.

Os fãs de David Levithan irão adorar ao saber que ele foi o editor da história. Pelo menos para mim, a cada página lida transparecia idéias desse magnífico autor. Não de uma maneira muito direta, mas ele deixava seu rastro.

Tudo é escrito de uma maneira tão singela que você nem percebe a ferida causada pelo desfecho. Ao relembrar as últimas páginas sinto uma vontade imensa de poder abraçar os personagens. Posso assegurar que o final não foi nem um pouco clichê. Pelo menos eu nunca encontrei algo que chegasse perto. Às vezes eu queria que a autora escrevesse uma continuação, outras não. O que deu a entender é que tudo se encaixou perfeitamente com a premissa desde o começo e você vai entendendo o porquê de algumas coisas terem acontecido.

E como não amar a capa? É um charme, junto com todo o resto. As folhas são brancas, mas o lado bom é que o tamanho das letras é bem confortável. A mim pelo menos não incomodou esse fato. Ah, e ele ainda traz a passagem dos meses, o que foi uma novidade que auxiliou a leitura. Minhas impressões finais sobre tudo o que esse livro me transmitiu podem ser resumidas exclusivamente em uma frase: Já estou com saudade.

9 comentários :

  1. cara, que massa, eu não sabia desse livro, muito, muito legal! Eu preciso ler!! PRECISO, AMEI A RESENHA!!

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    1. Obrigada Gisele!!!
      Leia sim. Espero que seja uma ótima experiência ;*

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  2. Heey!
    Eu já tinha ouvido falar desse livro, mas nunca dei muita atenção.
    Adorei sua resenha e curti muito a premissa do livro, com certeza vou gostar, ainda mais porque DAVID LEVITHAN foi editor ♥♥
    Abraços!
    http://desbravando-o-infinito.blogspot.com.br/

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    1. Oi, Guilherme!
      E sim, ah leia sim e que goste dele tanto quanto eu! :D
      Abraços e tenha uma ótima semana *--*

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  3. Olá, Tudo Bem?

    Então David Levithan é autor do meu livro favorito, Todo Dia, e agora que soube que ele é editor da história, quero muito ler este livro, parabéns pela resenha, um grande abraço e até mais!

    Diurnos Leitores

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    1. Olá Jorge. Estou bem, obrigada por perguntar.
      É uma leitura interessante pra dizer o mínimo. E com o Levithan como editor a curiosidade aguça ainda mais. Torço para ser uma boa leitura pra ti.
      Abraço retribuído e até a próxima :D

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  4. Olá! Amei essa resenha, nunca vi livro algum com sinopse parecida, e isso aumentou ainda mais a minha curiosidade, já quero na minha estante, as expectativas estão altas haha
    E que capa mais amorzinho, amei *-*

    Adorei o Blog e já estou seguindo, te convido a visitar o meu!
    Beijos,
    Ana | Blog Entre Páginas
    www.entrepaginasblog.blogspot.com.br

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    1. Opa, oi Ana!

      Muito obrigada pelo carinho.

      Já estou seguindo seu blog :)

      Sucesso e ótima terça-feira!!!!!

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  5. Este comentário foi removido pelo autor.

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