13 de dezembro de 2015

Resenha - O Projeto Rosie








Titulo: O Projeto Rosie
Autor: Graeme Simsion
Editora: Record
Nº de paginas: 320

Para se ter a vida de Don Tillman, não é preciso muito esforço. Às terças-feiras come-se lagosta com salada de wasabi (seguindo um roteiro com refeições padronizadas que evitam o desperdício de ingredientes e de tempo no preparo); todos os compromissos são executados de acordo com o cronograma - alguns minutos reservados para a prática do aikido e do caratê antes de dormir; uma hora para limpar o banheiro; três dias da semana reservados para suas idas à feira - e se, apesar dessa programação, algum desagradável contratempo surgir em sua rotina, não há nada que não possa ser solucionado com meia hora de pesquisa científica.
Exceto as mulheres.
Até o momento, a única coisa não esclarecida pelos estudos no campo de atuação de Don, a genética, é o motivo para sua incapacidade de arrumar uma esposa. Uma namorada ao menos? Ou até mesmo uma amiga para somar ao seleto grupo de amigos de Don, formado por Gene, também professor na universidade, e a mulher dele, Claudia, psicóloga e esposa muito compreensiva.
Para solucionar esse problema do modo mais eficaz, Don desenvolve o Projeto Esposa, um questionário meticuloso que irá ajudá-lo a filtrar candidatas inadequadas a seu estilo de vida: fumantes JAMAIS, e mulheres que se atrasam por mais de cinco minutos ou que usam muita maquiagem estão fora dos critérios pouco flexíveis que o levarão à mulher ideal.
O único problema é que um questionário desse tipo exige tempo e dedicação, duas coisas que começaram a diminuir exponencialmente no cotidiano de Don desde que ele conheceu Rosie: fumante, vegetariana e incapaz de chegar na hora marcada. Ou esse era o único problema até Rosie entrar na vida de Don e - despretensiosamente, uma vez que ela nunca se candidatou ao Projeto Esposa - mostrá-lo que a mulher ideal não existe, mas o amor, sim.

Incrivelmente para quem acompanha a série ''The Big Bang Theory'', como eu, não tem como conhecer Don Tillman sem compará-lo ao icônico Sheldon Cooper. Algumas manias, trejeitos, escolhas de palavras... fizeram-me lembrar o personagem interpretado por Jim Parsons. Mas não se engane, ambos têm a sua própria singularidade.

O autor nos traz a proposta do Lad-Lit. Nada mais é do que uma comédia romântica com a premissa do Chic-Lit. O que muda é a história narrada do ponto de vista masculino. Algo que foi conduzido com maestria.

Don está à procura da esposa perfeita aos seus critérios. Para isso, ele cria o Projeto Esposa. Um questionário extenso para a provável futura esposa responder. Perguntas que vão desde se a candidata é pontual até perguntas bem pessoais. Ele não é muito fã em ser sutil.

Mas o que não estava nos planos de Don é o surgimento de Rosie Jarman em sua vida. Ela é boca suja, chega atrasada e não está nem um pouco  preocupada em ser o que os homens querem que ela seja. A princípio Rosie o procura apenas com o desejo de que ele possa ajudá-la a encontrar seu pai biológico. Don é geneticista renomado e dá aulas em uma Universidade super conceituada. Tudo sairia conforme o planejado, se ele não acreditasse que Rosie veio até ele exclusivamente por estar interessada em ser seu par romântico. Logo ele nota que ela é totalmente o contrário do que ele procura, entretanto por causa do Projeto Pai (nome escolhido por Don para a estratégia em encontrar a verdadeira paternidade de Rosie), ele decide ter contato com ela até descobrirem tudo.

Tillman tem uma roda restrita de amigos. E quando eu digo restrita, eu quero dizer dois. Gene e Claudia. Um casal de psicólogos que têm um casamento aberto. Gene tem uma meta de dormir com mulheres de diferentes nacionalidades. Claudia se mostra como uma mãe para Don. É para ela que ele recorre quando está com duvidas sobre o amor ou com dificuldade em conviver na sociedade.

O livro me proporcionou muitas gargalhadas. Quando está na companhia de Rosie, Don abre uma brecha para se permitir. Isso me fez perceber que de vez em quando devemos deixar de lado as preocupações que nos envolvem, colocar uma música bem alta e simplesmente falar um dane-se para o negativismo. É revigorante.

“Se você realmente ama uma pessoa, deve estar preparado para aceitá-la como ela é. Você pode até esperar que um dia ela acorde e faça aquelas mudanças, mas pelos próprios motivos dela

Sobre quem era o pai de Rosie, confesso que desconfiava. Qualquer pessoa que tenha tido aulas bem explicadas sobre o básico da genética no ensino médio mataria a charada.

Já foi escrita uma continuação. O segundo livro intitulado ''The Rosie Effect'' - algo como ''O Efeito Rosie'' - foi lançado lá fora. Li notas que ele ganharia um lançamento aqui no Brasil esse ano, entretanto acho que vai ficar para 2016. Fico no aguardo que ele seja tão bom quanto o primeiro. E com certeza eu irei dividir a impressão que ele me causar aqui com vocês. :D




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