Autora: Isabel Moreira Rego
Editora: Chiado
Nº de paginas: 212
O acontecimento de uma grande mudança deixou de afetar toda a humanidade. Os vampiros modernos dos finais do século vinte trocam o sangue humano pelo sangue sintético. Uma criação em laboratório, de grande expansão mundial, comercializada pelos japoneses. Sarah Wilson é uma recente vampira empregada de mesa num bar, numa pequena aldeia, nas periferias da cidade de Pádua. Trabalha no turno da noite. Esconde de todos os colegas que é uma morta-viva com medo de ser confundida com os vampiros sanguinários de séculos passados. Para disfarçar a cor branca e transparente da sua pele, usa maquilhagem adequada ao seu anterior perfil de humana. Um dos colegas surgiu, distanciado dos outros, para a apoiar com a ajuda dos seus conhecimentos profissionais. Com a aproximação o humano, Rangello Giovanni, apaixona-se pela vampira Sarah. Aos poucos descobre-se, um pouco por todo o mundo, que o próprio sangue dos vampiros funciona nos humanos como uma das energias mais poderosas. É possível que os humanos ao aceitar os vampiros acabem por aceitar a sua própria extinção?
Com uma história peculiar e rica em detalhes, Isabel Moreira Rego, nos leva a Vida/Morte Sarah Wilson: uma vampira recém-transformada, que se recusa a aceitar a sua nova realidade. Sarah é transformada quando um grupo de vampiros seguidores das tradições antigas resolvem atacar sua faculdade e assim transformando o ataque em um massacre, onde muitos foram transformados e outros mortos. Ela é mordida e por ironia do destino não é morta como os seus pais!
Durante o massacre Sarah conhece Abel, que também foi transformado. Ele a ajuda a sair e fugir para um novo lugar, onde conhecem a família Wilson que os adotam sem saberem sua real realidade. Os dois se identificam como primos e assim vivem durante anos na casa da família. Até que Sarah não aguenta mais aquela realidade e decide ir atrás de quem fez de sua vida promissora em um inferno.
“A vingança é um prato que se
come frio. Esperei todo este tempo, desde que fui mordida por aquela malvada
vampira, da qual desconhecia o seu apelido diferença e condição. Eu tinha
esperança de acabar o curso universitário aos vinte e dois anos de idade.
Estava na universidade privada. Meus pais foram buscar-me de carro, como o
faziam todos os dias de aulas. Inocentemente caíram na beleza física e nas
palavras bonitas da majestosa Ruth. [...] Esses monstros vampíricos
sugaram-lhes até a morte, todo o sangue que corria nas suas veias. Enquanto isso,
a vampira Ruth mordia-me. Abel estava por perto e gritou. A vampira fugiu e
todos os outros fugiram com ela, deixando para trás uma destruição em massa.”Pág.27
O livro nos transporta para uma
sociedade distopia onde vampiros e humanos dividem os mesmo direitos e deverem.
Depois da descoberta do Sangue sintético pelos Japoneses, a sociedade vampírica
decide se manifestar, já que agora não precisam mais do sangue humano para sua
sobrevivência.
“Mas agora podemos integrar-nos e
viver convosco em harmonia. Já não têm motivos para recear. Não precisamos de
vós para nos alimentarmos”.Pág. 128
Ao decorrer de suas paginas conhecemos
outros seres sobrenaturais e como funciona a sociedade dos vampiros. São partes
do livro muito bem detalhadas, onde o leitor não fica perdido e nem com aquele ar
de “como e porque”. Nas suas ultimas paginas, o leitor encontra um guia de
personagens, onde poderá tirar qualquer duvida que o livro em si não tire, que
foi uma das coisas que me chamou bastante a atenção. Outra coisa me surpreendeu, foi que, no
decorrer da leitura um dos seus personagens cita algumas obras, apesar de serem
próprias da autora, ela nos deixa um pequeno resumo sobre elas, no final do
livro.
Apesar de ser o Primeiro livro de
uma serie, ele ressalta perfeitamente o valor da amizade e do amor, onde com a
confiança e sem o pré-conceito podemos fazer e chegar onde quisermos. Que apesar
das diferenças e com a ajuda da compreensão e aceitação podemos viver sem
muitos obstáculos e desavenças com o nosso próprio “Eu”!
“Marca de sangue” é um livro infanto-juvenil,
de origem portuguesa, com uma escrita um pouco diferente da que muitos devem
estar acostumados, mas que me surpreendeu com o fácil entendimento e compreensão.
É um livro que recomendo para quem gosta de novos desafios na leitura e de uma
boa fantasia.
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