Resenha - Serial Killers: Made in Brazil

Titulo: Serial Killers - Made in Brazil

Autora: Ilana Casoy

Editora: Darkside Books

Nº de paginas: 352

Após o sucesso do seu primeiro livro, Ilana Casoy dedicou-se a uma pesquisa rigorosa para investigar os serial killers brasileiros, no que viria a ser o primeiro livro do gênero dedicado aos assassinos em série do Brasil. Foram cinco anos de pesquisas, visitas a arquivos públicos, manicômios e penitenciárias, além de entrevistas cara a cara com personificações do mal em terras tupiniquins, para compor um inquietante roteiro com rigor investigativo de como, por quê e com que métodos os serial killers brasileiros atuam. Em Made in Brazil, Casoy relata sete casos de serial killers brasileiros, três dos quais ela entrevistou pessoalmente: Marcelo Costa de Andrade, o vampiro de Niterói, um dos casos e depoimentos mais chocantes do currículo da autora; Francisco Costa Rocha, o Chico Picadinho; e Pedro Rodrigues Filho, o Pedrinho Matador. Um relato cruel feito pelos próprios assassinos, conduzido com maestria por quem entende do assunto, que procura guiar o leitor pela sinuosa mente de pessoas frias e com movimentos mais que premeditados para o mal. Além deles, a autora se debruça sobre a vida e os crimes de José Augusto do Amaral (Preto Amaral), Febronio Índio do Brasil, Benedito Moreira de Carvalho (Monstro de Guaianases) e José Paz Bezerra (Monstro do Morumbi).

Olá queridos leitores...
Hoje estou aqui para falar sobre um livro que me chocou de uma forma inesperadamente intensa!
É claro que eu imaginava que teria um certo incômodo em lê-lo... mas nem tanto!
No período em que fiz a leitura da obra, apresentei seguidos episódios de pesadelos noturnos. Provavelmente fiquei muito impressionada, devido as diversas fotos contidas na obra – fotos dos assassinos e das vítimas. As fotos são grandes, nítidas e as imagens ficam gravadas, assombrando nossa mente por um bom tempo.
Neste livro são contadas as histórias de sete serial killers brasileiros, que agiram entre a década de 20 e a década de 90.
Mas afinal o que é um serial killer (assassino em série)?
É um assassino que comete uma série de homicídios com algum intervalo de tempo entre eles. Suas vítimas apresentam o mesmo perfil, sexo e faixa etária por exemplo, e são escolhidas ao acaso e mortas sem razão aparente.
Muitas vezes são pessoas charmosas, carismáticas e de uma “inteligência” invejável... PRONTO!
A partir daí você começa a olhar para o lado e desconfiar de qualquer um que passa por você na rua ou até mesmo daquele colega de trabalho que senta na mesa ao lado... RSRSRSRS não pira não pira não pira Priscilla... 
Existem três elementos que conectam os crimes em série: modus operandi (protege sua identidade e garante a fuga), ritual (baseado nas necessidades psicossexuais do criminoso, fantasias) e assinatura (combinação dos dois elementos anteriores, pode ser por exemplo a aquisição de algum pertence específico da vítima, que são vistos como “troféus”).
O caso que mais me impressionou foi o do “Vampiro de Niterói”, Marcelo Costa de Andrade, que respondeu criminalmente pelo assassinato de treze crianças, porém há indícios que o número de vítimas foi maior do que esse. O mesmo justificava seus crimes por intermédio da religião, dizendo que as crianças mortas de forma violenta “ganhariam o reino dos céus” e as que morriam antes dos treze anos iriam diretamente para o céu. Na sua mente doentia, achava que estava fazendo um favor para aquelas que matara.
Recebeu esse apelido por beber o sangue de suas vítimas, por achar que ficaria “tão bonito” quanto elas. Garotos eram seus preferidos, por serem mais bonitos enquanto ainda tinham a pele “lisinha”.

“Descreve seus atos como quem lê uma lista de supermercado, com muita frieza, como se não se importasse. Durante várias vezes, na entrevista, me pediu que lhe enviasse uma bermuda, vestimenta que guardava de cada criança que matava, como lembrança ou troféu. Não enviei.”

(Ilana Casoy a respeito da entrevista feita com Marcelo Costa de Andrade - "Vampiro de Niterói")

Outro caso que me aterrorizou bastante foi o de “Chico Picadinho”, como o próprio apelido diz, este mutilava as vítimas (em um processo mais parecido com uma dissecação do que um esquartejamento) em uma tentativa de se livrar do corpo. Ele tentava remover as partes femininas da vítima, o que é chamado de desfeminização.
A autora é expert no assunto, tendo publicado outras obras abordando casos reais e também fictícios. Fez estágio na polícia científica e inclusive participou, a convite da Fox Brasil, da criação de um perfil do psicopata Dexter Morgan, protagonista da famosa série que leva o seu nome.
Existem outros livros da editora que abordam o mesmo tema: Serial Killers - Louco ou Cruel? (também de Ilana Casoy), Social Killers - Amigos virtuais, Assassinos Reais (RJ Parker e JJ Slate) e Serial Killers - Anatomia do Mal (Harold Schechter).
Na minha opinião esse assunto desperta a curiosidade das pessoas pelo mistério e pelas questões psicológicas envolvidas... ao ler esse tipo de livro nossa cabeça se enche de perguntas...
Como essa pessoa não sentia remorso após os crimes? Como conseguia encostar a cabeça no travesseiro e dormir tranquilamente? O que despertou esse instinto criminoso? É uma questão genética, do meio ou de uma combinação dos dois fatores?
Confesso que também fiquei com uma certa “neura” em relação as pessoas que me rodeiam, pois comecei a ver todos como assassinos em potencial... rsrsrsrs sinistro né?!
Definitivamente os relatos, as descrições dos crimes, as entrevistas e as fotos mexeram comigo... e você... VAI ENCARAR??? 

Beijos literários!!!