Única do Amazonas na Bienal de São Paulo 2016, editora quer lançar três títulos no evento com ajuda de internautas
O selo Lendari, único representante editorial confirmado do Amazonas até agora na 24ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo, quer lançar, durante o evento, três títulos inéditos de autores da região. Para isso, a editora criou, nesta terça-feira, primeiro de março, uma campanha de financiamento coletivo (crowdfunding) na Internet para arrecadar, com ajuda dos internautas, os recursos necessários para a impressão das obras.
No total, a campanha precisa reunir R$ 12 mil em colaborações – em troca de recompensas – no período máximo de 60 dias. Dedicado aos gêneros de literatura fantástica, realismo mágico e ficção científica, a estratégia do selo editorial é similar ao feito com seu primeiro título, Quando a selva sussurra: contos amazônicos, lançado no fim de 2015, quando também foi usada campanha de financiamento coletivo, mas focada na pré-venda da obra.
Desta vez, contudo, o selo editorial conta com o apoio dos internautas para obter os recursos necessários para garantir a impressão dos três livros. Toda a parte pré-editorial, como design de capas, editoração e revisão estão assegurados. “Os livros estão prontos, restando apenas garantir a tiragem impressa para lançamento na Bienal e para as recompensas dos colaboradores”, explica Mário Bentes, criador do selo e um dos autores envolvidos.
Recursos
Uma pequena parte dos recursos será utilizada para pagamento das taxas da plataforma Kickante, em que a campanha está sendo realizada, e despesas operacionais referentes às recompensas, como envio dos livros pelos Correios. Já a maior parte da verba levantada será utilizada para arcar com a tiragem que pode variar entre 200 e 300 exemplares de cada livro.
“O valor de R$ 12 mil pode parecer elevado, mas é bem baixo se levarmos em conta que estamos falando de um projeto conjunto de três livros. Cada um terá uma tiragem pequena, específica para o lançamento no evento, e também para pagamento de recompensas”, diz Bentes, que lembra que as recompensas variam de agradecimentos aos colaboradores – tanto nas versões impressas quanto digitais (e-books) de cada um dos livros – ao recebimento de exemplares impressos dos livros.
“Criamos recompensas variadas, para que um maior número de pessoas possa colaborar dentro das suas possibilidades e ainda ter um retorno justo. No fim, ganham todos: os autores, que têm seus livros lançados, e os colaboradores, que têm acesso aos novos títulos e ficam marcados como contribuidores da promoção da literatura amazonense”, afirma Mário Bentes.
Títulos inéditos
Os livros inéditos e alvos da campanha são: A Rainha de Maio, de Jan Santos; Quase o fim, de Leila Plácido; e o primeiro livro da série Minhas conversas com o diabo, assinado pelo próprio Mário Bentes. Dos três autores, apenas Leila Plácido faz sua estreia na literatura. Jan Santos já lançou a obra independente Evangeline: relatos de um mundo sem luz (2014), enquanto Bentes é autor de A terra por onde caminho (2012) e coautor de sete antologias literárias.
Financiamento coletivo
O crowdfunding é uma modalidade surgida nos Estados Unidos em que projetos recebem recursos de Internautas, durante um período limitado de tempo, em troca de recompensas específicas, geralmente proporcionais aos valores repassados pelos colaboradores. Nas modalidades “tudo ou nada”, as mais comuns, os projetos precisam reunir os valores necessários para atingir a meta global dentro do prazo máximo estabelecido. Do contrário, as colaborações são devolvidas.
Enquanto em países do exterior o crowdfunding é comumente utilizado para por em prática projetos de cunho tecnológico, como o lançamento de dispositivos eletrônicos e gadgets, no Brasil, esse tipo de financiamento tem sido largamente utilizado por artistas independentes para realizar projetos culturais. “O financiamento coletivo é importante porque engaja fãs e admiradores do trabalho que é alvo da campanha e o artista une forças com o próprio público para realizá-lo”, diz Bentes.
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